tag:blogger.com,1999:blog-69521071112847402732024-02-07T02:07:03.443+00:00Círculo de Estudos em Ontologias Pré-HistóricasMissão: estimular o debate e as abordagens transdiciplinares à Pré-História que contemplem a necessidade de pensar as formas como o Homem se concebe a si e ao mundo que o rodeia, de maneira a melhor poder interpretar as suas mais variadas práticas e realizações.Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-78655568267800928902011-04-28T15:37:00.000+01:002011-04-28T15:37:50.004+01:000020 - Seminário "Arqueologia e Identidade""ARQUEOLOGIA E IDENTIDADE: PROBLEMÁTICAS DE UMA CIÊNCIA INTERDISCIPLINAR"<br />
<br />
é um seminário que está a ser organizado pela Associação de Estudantes da FLUP em parceria com o Núcleo de Arqueologia da Universidade do Porto. O seminário decorrerá entre os dias 24 e 26 de Maio na FLUP.Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-12869985203308609002011-04-09T15:43:00.003+01:002011-04-09T19:04:43.337+01:000019 - Da necessidade de contemplar o sentido.<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">“Mau grado numerosas instâncias de sofisticação, não deixa de ser verdade que a nossa linguagem quotidiana e pensamentos rotineiros continuam a funcionar dentro de um dualismo mente-corpo bastante simples. No nosso uso irreflectido de polaridades como psíquico e físico, mental corpóreo, inato e ambiental, não fizemos grandes progressos dentro de esquemas dissociativos da filosofia cartesiana e idealista.(...) Quando nos damos ao trabalho de reflectir, de considerara a evidência, é claro que ficamos certos de que este dualismo grosseiro não é adequado. As suas categorias são irremediavelmente indiscriminadas; as zonas intermédias, tal como as formas de interacção e determinação recíproca, são demasiado numerosas. (...) Estudos recentes sobre a formação da fala humana indicam que existe uma mediação crucial entre, por um lado, a matriz neurofisiológica, ou mesmo neuroquímica, e, por outro, factores a que só podemos chamar psíco-culturais.(...) Por certo que hoje é um lugar-comum honesto dizer-se que a consciência psicológica influi no ambiente circundante, que a consciência psicológica é, de certo modo, a estrutura ambiental, e que as relações de reciprocidade entre imaterial e o material se caracterizam por um retorno dinâmico. Por todo o lado, o velho divórcio entre o espírito e a carne cede a uma metáfora de continuidade muito mais complexa.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De forma semelhante, está a decorrer uma revisão fundamental de noções tão básica como acaso, probabilidade, lei. O desenvolvimento da física quântica acarretou um debate filosófico de grande intensidade e com grandes implicações na própria base daquilo a que chamamos objectividade. As actuais hipóteses sobre energia, o espaço ou a direccionalidade do tempo são caracterizadas por escrúpulos e provisoriedade sem precedentes; diria mesmo até, por licença poética. A mecanicidade de Laplace ou dos termodinâmicos oitocentistas, se existiu realmente enquanto tal, foi em grande medida posta em questão, não pelos mercadores de mistérios, mas sim pelas próprias ciências exactas e matemáticas. Conjecturas muito recentes na área da cosmologia aceitam mesmo a possibilidade de que as constantes físicas e as leis da relação massa-energia se tenham alterado ao longo da história do Universo. Na esfera das artes, vive-se uma liberdade especulativa sem paralelo.” (George Steiner, Nostalgia do Absoluto, p.:60-61)</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Neste pequeno excerto, George Steiner afirma o que já muitas vezes defendi: as próprias ciências "duras" confirmam o indeterminismo e demonstram o absurdo da separação corpo-mente, sujeito-objecto, não fazendo mais que aquilo que a filosofia, paralelamente, já tinha igualmente concluído.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">No entanto, um considerável número de pessoas que se movem no mundo da ciência continuam a praticar religiosamente essa compartimentação. Em Arqueologia Pré-Histórica, isto traduz-se em querer perceber o Homem na Pré-História através das suas materialidades, sem ter em conta a sua psicologia e a sua atribuição de sentidos. Trabalhar a matéria e esquecer o sentido, argumentando que se segue a ciência. Mas não é isso que a ciência, hoje, nos diz. Pelo contrário, ela diz-nos que o Homem não é entendível sem considerar a sua psicologia, a sua cultura em relação com o seu mundo material. A crítica a uma separação corpo-mente, sujeito-objecto, é a crítica a uma separação ciências naturais e exactas – ciências sociais. Uma separação que se perpectua anacronicamente graças à especialização. Mas, como Ortega y Gasset bem lembra, a Ciência não tem especialidades, apenas os cientistas as têm. E esse é um problema que eles têm que resolver, depois de o consciencializarem. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">António Carlos Valera</span><br />
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</div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-1862673438068113762011-03-29T14:54:00.002+01:002011-03-29T19:14:29.644+01:000018 - "Neurónios espelho" e as bases da culturaUma notável apresentação (apesar dos "rr" do inglês) sobre a importância das Ciências Cognitivas para o entendimento de uma "ontologia humana em rede" e de que a separação entre cultura e biologia, mente e corpo, é uma dicotomia datada. <br />
<br />
<span id="altHeadline"><a href="http://www.ted.com/talks/lang/eng/vs_ramachandran_the_neurons_that_shaped_civilization.html">VS Ramachandran</a></span><br />
<br />
Segue-se o link para o texto do autor referido no vídeo:<br />
<a href="http://psych.colorado.edu/~kimlab/Rizzolatti.annurev.neuro.2004.pdf">Giacomo Rizzoliti, The Mirror-Neuron System</a><br />
<br />
<span style="font-family: Minion-Semibold;"><span style="font-family: Minion-Semibold;">Assim como um outro <a href="http://www.edge.org/3rd_culture/ramachandran/ramachandran_p1.html">artigo</a> sobre o assunto:<br />
<br />
(Informação enviada por António Castelo)</span></span>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-60102216448706041852011-03-28T13:18:00.010+01:002011-03-28T13:32:00.801+01:000017 - Acesso ao passado ou o espelho do presente<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif";"><span style="color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Os problemas que têm marginalizado o interesse por estudos ontológicos em Pré-História, gerando cepticismo sobre a sua viabilidade, são vários, uns de natureza epistemológica, outros de natureza ela própria ontológica:</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: white;"><span style="mso-bidi-font-family: "Arial Narrow"; mso-fareast-font-family: "Arial Narrow";"><span style="mso-list: Ignore;">a)<span style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span>Uma visão essencialista do homem, que impede de reconhecer o carácter histórico das concepções de se ser humano;</span></span></div><div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: white;"><span style="mso-bidi-font-family: "Arial Narrow"; mso-fareast-font-family: "Arial Narrow";"><span style="mso-list: Ignore;">b)<span style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span>A ideia de que o discurso científico é um conhecimento objectivo sobre o real e não uma relação com o real que produz uma representação sobre esse real, que não é com ele totalmente coincidente;</span></span></div><div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: white;"><span style="mso-bidi-font-family: "Arial Narrow"; mso-fareast-font-family: "Arial Narrow";"><span style="mso-list: Ignore;">c)<span style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span>A ideia de que pode existir uma Teoria Geral do Conhecimento e de um único método científico;</span></span></div><div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: white;"><span style="mso-bidi-font-family: "Arial Narrow"; mso-fareast-font-family: "Arial Narrow";"><span style="mso-list: Ignore;">d)<span style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span>A ideia, decorrente da anterior, que as Ciências Sociais só terão o estatuto de ciência se utilizarem o método das Ciências Exactas ou Naturais;</span></span></div><div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: white;"><span style="mso-bidi-font-family: "Arial Narrow"; mso-fareast-font-family: "Arial Narrow";"><span style="mso-list: Ignore;">e)<span style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span>A ideia de que a validação científica se restringe à validação por confirmação empírica;</span></span></div><div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: white;"><span style="mso-bidi-font-family: "Arial Narrow"; mso-fareast-font-family: "Arial Narrow";"><span style="mso-list: Ignore;">f)<span style="font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span>A ideia de que o presente não pode falar sobre o “sentido” no passado (sobretudo Pré-Histórico), devido aos problemas que a distância causa à hermenêutica;</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif";"><span style="color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">entre muitos outros, mas para já, chegam estes.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif";"><span style="color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Não me vou referir, naturalmente, de uma só vez a todos. Mas gostaria de começar pelo último, reproduzindo uma linhas que escrevi (texto global pode ser obtido <a href="http://www.nia-era.org/component/option,com_docman/task,doc_download/gid,22/Itemid,55/">aqui</a>) em 2006.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif";"><span style="color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">“O desenvolvimento dos discursos da contingência tiveram como consequência, nas ciências da História, a instalação de um certo cepticismo relativamente às possibilidades de relação entre os discursos disciplinares e o passado que procurariam reflectir. Este crescente cepticismo desenvolveu uma percepção dos discursos da História ou da Arqueologia como presentistas, isto é, de que apenas reflectimos o presente quando falamos do passado. Esta inexorável prisão ao presente seria tanto mais constrangedora quanto mais nos afastamos no tempo do nosso objecto. Ao contrário da crença positivista, o distanciamento não é considerado como “objectivador”, mas como “subjectivador”. É hoje comum a argumentação de que a sociedade ocidental é a que revelará maiores dificuldades em falar das comunidades pré-históricas, porque será a que está mais distante em termos culturais globais destas sociedades que pretende estudar. Na concepção do mundo estamos condicionados pelos conceitos de que dispomos e pelas experiências que temos. Hoje vivemos num mundo racionalizado pelos crivos linguísticos da ciência moderna e experimentado, vivido e interpretado de formas que serão muito diferentes das desse passado longínquo. O nosso aparelho conceptual dota-nos de uma bagagem analítica que nos permitiu passar do passado enquanto mito a um passado racionalizado pela linguagem científica explicativa e compreensiva, ao mesmo tempo que contribuiu para nos afastar dos esquemas mentais que então operavam, tornando o processo de os entender bem mais complicado, mesmo quando mediado por contextos que concebemos como mais próximos desses passados. A própria ontologia seria diferente da nossa pois, como será argumentado no Capítulo 11, não existe uma essência humana a-histórica, pelo que ser humano há 5000 anos seria diferente de ser humano hoje. Como refere Hill (2000), a perspectivação de determinados aspectos da vivência humana como a-históricos gera um sentimento de familiaridade e de continuidade que dá origem a universalizações que estimulam a aposição ao passado de perspectivas presentes e de premissas de senso comum actual e permitem a construção daquilo a que chama um “passado familiar”. Assim, e como nos propõe o mesmo autor, a resposta à questão da viabilidade do “acesso” ao passado assenta na resposta a uma outra pergunta: conseguimos nós reconhecer um passado diferente? A resposta está, para o autor, na nossa capacidade de construir uma “Arqueologia Contrastante” que permita que, no diálogo que se estabelece entre presente e passado, este último também se possa exprimir.(...) </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif";"><span style="color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Poderá o passado ser actualmente pensado nos termos intelectuais do passado? Naturalmente que não. O alcance da minha cognição é o alcance dos meus conceitos. Pergunto então, como poderei aspirar a pensar o passado pré-histórico nos seus termos se nem sequer conheço as suas linguagens? Não se trata, pois, de aspirar, através de uma outra formulação retórica, à pretensão positivista de descentração presentista, nem à aspiração historicista de “entrar” na personagem histórica e reviver o passado tal qual ele aconteceu. Trata-se de assumir que os homens no passado terão sido diferentes em termos ontológicos e culturais (embora talvez não de forma tão radical como, por vezes, se parece conceber), que tiveram diferentes visões do mundo, diferentes relações com o espaço e com o tempo, que atribuíram diferentes sentidos às coisas e às suas próprias acções, mesmo que estas se pareçam formalmente com as nossas. Mas a questão mantêm-se: como entender essas diferenças? Como concretizar essa Arqueologia Contrastante? (...)</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif";"><span style="color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">De facto, é evidente que qualquer trabalho arqueológico é um acto contemporâneo de leitura, que um contexto arqueológico é uma “realidade” presente, lida hoje, por alguém que não pode fugir às condicionantes do seu tempo. Não menos verdade será que os passados, sobretudo os mais distantes, terão sido substancialmente diferentes do(s) nosso(s) presente(s). Mas aquilo com que nós, arqueólogos, nos relacionamos no presente é algo que nos chega das profundidades do tempo e que, por mais transformações tafonómicas ou outras que tenha sofrido, mantém níveis de relação com o passado em que teve origem. O sítio está num determinado lugar e não noutro; existem determinadas cerâmicas e não outras; documentam-se umas tecnologias, outras não; as arquitecturas assumem determinadas características e não outras e os espaços organizam-se de certas formas entre outras possíveis, etc. Tudo isto, embora faça parte de leituras realizadas no presente, se vincula ao passado, às opções então tomadas, às vivências então existentes. Essa vinculação permite que se estabeleça a relação e viabiliza a Arqueologia como disciplina. Se todos os discursos sobre o passado são feitos a partir de um dado presente, se lhe são implacavelmente relativos, é bom ter consciência que revelam um esforço de relação entre subjectividades presentes e subjectividades passadas, as quais estão incutidas, de forma mais ou menos codificada, nas materialidades (no seu sentido lato) que nos chegam e, de certa forma e até certo ponto, na nossa própria existência, já que é do “nosso” passado que estamos a falar. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="color: white;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Assumir a relação, a inter-subjectividade, significa aceitar as diferentes contextualidades e alargar o nosso pensamento a alternativas plausíveis, que nem sempre são passíveis de ser demonstradas empiricamente, mas que possibilitam que, face ao nosso quadro formatador, se caminhe no sentido de uma relação em que “the difference of the </span><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif";">past reveal itself as itself” (Thomas, 2004: 238). Note-se a subtileza da expressão de Thomas: não é deixar o passado revelar-se, mas sim a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">diferença</i> do passado.”</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: white;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif";"><span style="color: white; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">António Carlos Valera</span></span></div></div></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-17680940438631305032011-03-18T19:30:00.003+00:002011-03-18T19:35:06.987+00:000016 - Arqueologia e Ciências Cognitivas<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 1pt 0cm;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">As problemáticas das ciências cognitivas aplicadas à História e Arqueologia vêm-me interessando cada vez mais, nomeadamente para a abordagem dos processos de neolitização e da emergência das tradicionalmente designadas “sociedades complexas”. Existirá uma estrutura básica de funcionamento da mente humana ou poderemos traçar-lhe percursos históricos? Poderemos relacionar formas e dinâmicas de organização no espaço e no tempo, formas de vida, visões do mundo, com transformações da mente? Estas problemáticas têm sido tratadas pela Arqueologia essencialmente no âmbito dos estudos relacionados com os trajectos da hominização até ao Homem moderno, mas têm sido menos consideradas na Pré-História Recente.<br />
<br />
Ora um dos aspectos mais interessantes em tratar estas questões em sociedades constituídas por homens anatomicamente modernos é que permite realçar o facto de que a transformação das estruturas mentais ultrapassa a questão da evolução física, sublinhando o papel da cultura na estruturação e reestruturação das formas de pensamento. Como sustenta Merlin Donald, “a cultura pode, literalmente, reconfigurar os padrões de uso do cérebro”. Ou, por outras palavras, que implicações têm a emergência da agricultura e a domesticação, por exemplo, nos modos (versões para utilizar a terminologia de L. Strauss) de funcionamento da mente e nas formas como o Homem racionaliza o mundo? Ou, ao contrário, que implicações têm para aa dinâmica da neolitização alterações cognitivas que se processam durante o Paleolítico Superior?<br />
<br />
A relação com as problemáticas das ciências cognitivas e com os desenvolvimentos que se vão realizando noutras áreas que se dedicam ao estudo da mente humana, sejam elas de pendor mais científico ou filosófico, são uma área a que a Arqueologia portuguesa (sobretudo a que se dedica à Pré-História) também se deveria abrir.<br />
<br />
Neste contexto de percepção da historicidade do funcionamento das estruturas cognitivas, tanto na sua dimensão individual como colectiva, uma abordagem que utilize as potencialidades da analogia entre o estudo do desenvolvimento das estruturas operativas dos processos cognitivos no indivíduo actual e os de diferentes contextos históricos, poderá ajudar-nos a dar conta de distintas formas de pensar e de construir identidades e, desta forma, criar possibilidades a uma arqueologia contrastante dos processos de identificação, viabilizando discursos não essencialistas sobre as identidades do passado. <br />
<br />
“(...) se adoptadas as devidas precauções, é possível comparar as formas de pensar de contextos remotos com os tipos de processos de pensamento exibidos e os tipos de medições utilizadas nos contextos da tradicional escolaridade ocidental”<br />
(Gardner, 2002: 347)</span></div><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Referências:</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 1pt 0cm;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Donald, Merlin, (1999), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Origens do Pensamento Moderno</i>, Lisboa, Fundação Calouste GulbenKian</span><br />
<span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-bidi-font-family: Arial;">Gardner, Howard (2002), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A nova ciência da mente. Uma história da revolução cognitiva</i>,Lisboa, Relógio D'Água.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 1pt 0cm;"><br />
António Carlos Valera</div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-29590363183572947822011-03-16T19:20:00.003+00:002011-03-18T19:34:07.017+00:000015 - Ideias como objectos ... II<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="mso-ansi-language: PT;">A propósito da “objectivação” de uma “ideia” …</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="mso-ansi-language: PT;">… os estudos de talhe experimental têm demonstrado a existência de uma “ideia” prévia à produção do objecto de pedra lascada. Não será esta “ideia” prévia que está na origem da repetição dos gestos na produção desse “objecto”? Aquilo que os pré-historiadores chamam tecnologia?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Ver <a href="http://www.youtube.com/watch?v=oDgz3YYflDs&feature=related">aqui</a> exemplo da técnica Levallois</span><br />
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Cláudia Costa</div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-89321496576230327282011-03-11T14:22:00.001+00:002011-03-18T19:34:20.611+00:000014 - Ideias como objectos...... ou a "objectificação" de uma ideia. Ver aqui: <a href="http://www.youtube.com/watch?v=0uofpcqw81o">http://www.youtube.com/watch?v=0uofpcqw81o</a><br />
<br />
De facto, um certo materialismo "primitivo (?)" induz-nos a pensar que uma ideia deriva de uma materialidade (independentemente da discução em torno da fisicalidade dos nossos processo cognitivos, entenda-se). Em Arqueolgia, é frequente encontrar-se a tese de que o objecto precede a ideia, ou por outra palavras, que o símbolo é precedido pelo simbolizado. A constante percepção de há algo primeiro e que depois é simbolizado, representado simbolicamente. Há uma prática essencialmente material e, depois, a sua representação ideológica. Há estrutura e superestrutura, e, apesar de todos os malabarismos da segunda, a primeira é a grande condicionante (para alguns ainda determinante).<br />
<br />
Ora eu diria que em muitas situações ocorre o inverso. O objecto é o símbolo de uma ideia. O objecto é a reperesentação material de algo que foi primeiro idealizado, que existiu primeiro como abstracção e só depois se produziu a "representação" material dessa ideia.<br />
<br />
Na realidade, parece ser isso que permanentemente ocorre quando produzimos algo: primeiro idealizamos a situação, o objecto, a estrutura; depois produzimos a sua representação material. Esta, como representação que é, nunca se ajusta na perfeição ao idealizado. Da mesma forma que, no processo contrário, uma representação ideográfica nunca se ajusta na perfeição ao objecto assim representado.<br />
<br />
Resulta a ideologia de uma materialidade da vida ou é a materialidade da vida o resultado de uma ideologia?<br />
<br />
Nesta mecanicista procura de um princípio determinante, nesta verdadeira metáfora do ovo e da galinha, será mesmo possível separar a ideia do objecto e discernir que uma das partes emerge primeiro em total independência das "propriedades" da outra? Poderei eu pensar um objecto fora das minhas relações prévias com o mundo material? Poderei eu representar mentalmente um objecto, fora do contexto mental da minha atribuição de sentidos ou das minhas escalas de grandeza?<br />
<br />
Ideias como objectos ou objectos como ideias? Não serão duas faces de uma mesma moeda?<br />
E, no entanto, a Arqueologia continua a tratar ideias como ideias e objectos como objectos. Materialismo e idealismo continuam nas suas tradicionais desavenças e o corpo continua a não se entender com a alma.<br />
<br />
E, como dizia A. Jacqués, esta maneira de nos dividirmos em dois é extraordinariamente desgradável.<br />
<br />
António Carlos ValeraGrupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-1478429317412626312011-03-09T15:02:00.000+00:002011-03-09T15:02:27.833+00:000013 - Patas de animais em contexto funerário<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7wO6K0F5t5JbSCr-PRaiJj_bDvjsRd9vxZimyShrayETKAZ17aHcgDrJ4cgZiZrwLC6JXvPf-L_5gbmFaOEz6El-ngoGDQvY-vwmwi63OgiNury5ktQBCZdXSZqW7t5zEBTWrSYwUzLA/s1600/post+13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" q6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7wO6K0F5t5JbSCr-PRaiJj_bDvjsRd9vxZimyShrayETKAZ17aHcgDrJ4cgZiZrwLC6JXvPf-L_5gbmFaOEz6El-ngoGDQvY-vwmwi63OgiNury5ktQBCZdXSZqW7t5zEBTWrSYwUzLA/s320/post+13.jpg" width="251" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: x-small;">Deposição de pata de suídeo sob corpo humano na Fossa 11 do Sector I dos Perdigões (Reguengos de Monsaraz)</span></div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O problema da segmentação dos corpos coloca-se também relativamente aos animais. À medida que vão aumentando as intervenções em contextos funerários bem preservados (que ocorrem sobretudo em estruturas negativas, tipo fossa ou hipogeu, já que os monumentos megalíticos tendem a apresentar-se em situações de maior revolvimento e degradação) aumenta também o número de evidências de deposições de partes de animais, tradicionalmente entendidas como simples deposições votivas de alimentos. Todavia, a recorrência de determinadas partes do corpo, como uma simples pata, e a ausência sistemática de outras pode sugerir-nos que existe um sentido acrescido, relacionado com o estatuto dessas partes do corpo (tipo “pata de coelho dá sorte” ou outro qualquer). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Nos contextos da Pré-História Recente que têm sido intervencionados nos últimos anos no Sul de Portugal, esta prática do ritual funerário tem sido registada desde o final do Neolítico até à Idade do Bronze, sendo vários os tipos de animais representados: porco, cão, bovídeo, ovicaprinos. Mas faltam-nos ainda um número mais significativo de contextos, bem intervencionados e questionados, para que padrões de comportamento possam começar a emergir. Para já, fica a chamada de atenção para a necessidade de publicar estas particularidades sempre que ocorram, não as deixando “na gaveta”, como algo de pouco relevante para a compreensão do Homem e das suas cosmologias (e sempre à espera de grandes monografias finais, que raramente se escrevem).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Georgia;">(Ver também <a href="http://www.nia-era.org/component/option,com_docman/task,doc_download/gid,120/Itemid,55/">aqui</a>)</span></div><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">António Carlos Valera</span>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-70433766820309659212011-03-08T16:58:00.002+00:002011-03-08T16:58:56.546+00:000012 - Ser membro.<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">A adesão ao projecto CEOPH está a ser interessante. Mas ambicionamos mais.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">A vida e utilidade deste tipo de iniciativas dependem do voluntarismo dos membros e do interesse e qualidade das suas intervenções. Estas últimas valorizações devem ser entendidas como responsabilização e estímulo, mas não como factor inibidor. Um dos objectivos desta iniciativa é fazer crescer intelectualmente, em conjunto, mais velhos e mais novos, mais e menos experientes, em diálogo e sem preocupação de consensos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Toda a plataforma é, neste momento, administrada por um grupo dinamizador e disponibiliza aos membros as seguintes iniciativas, para além da normal participação nos comentários do blog:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">a) Mandar posts para publicação que suscitem debates sobre as problemáticas em questão ou forneçam informações úteis: reuniões científicas, palestras, bibliografia, etc. ou colocar questões e problemas que estejam a trabalhar no âmbito das suas actividades académicas ou profissionais, passíveis de suscitarem debate e esclarecimentos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">b) Propor iniciativas, tanto para o espaço do blog, como de outro género (a título de exemplo: saídas de campo para debates in locco sobre temáticas deste projecto e às quais membros possam aderir);</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">c) Colocar ligações para textos da autoria dos membros disponíveis na net (descarregamento gratuito), até 5 referências por membro (renováveis);</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">d) Integrar a lista de membros, com contactos e filiação institucional disponíveis.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Fundamental será ser activo e criativo. De certo, seremos capazes de nos ir inspirando uns aos outros e multiplicando o interesse com que, desde já, a iniciativa parece ter sido acolhida.</span></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-67247842573977630912011-03-07T15:41:00.002+00:002011-03-08T11:53:57.734+00:000011 - What is an idol?<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Os “ídolos” e antropomorfos encontrados em contextos arqueológicos da Pré-História recente sempre exerceram um fascínio sobre quem os encontra. Ter na mão um cilindro de calcário decorado ou não, uma placa de xisto com olhos raiados ou uma pequena estatueta de pessoa ou animal parece aproximar-nos, mais do que qualquer outro objecto pré-histórico, das pessoas que os criaram.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Porque será isto assim? O que distingue, de facto, estes elementos de todos os outros? Porque é que entram logo na categoria de “objectos de excepção” nas colecções arqueológicas? Porque são belos e relativamente raros. Porque reportam para um mundo mágico e simbólico. Porque são ídolos. Porque sim. E assim permanecemos, nesta retórica essencialista, como lhe chamou Douglass Bailey.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A investigação pré-histórica na Península Ibérica pouco ou nada se tem dedicado ao tema das produções simbólicas, à excepção da publicação de notícias de novos achados. Há algumas excepções. Vítor Hurtado analisa, num artigo de 2008, as variações estilísticas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de certos grupos de ídolos (placas de xisto, ídolos oculados e antropomorfos) e coloca a hipótese de estas poderem reflectir as diferentes estruturas sócio-identitárias e territoriais das populações<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que ocuparam o Sul da Península Ibérica no IV e III milénio AC.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Katina Lillios e Vítor Gonçalves desenvolveram projectos de investigação sobre ídolos-placa. Numa publicação de 2002, Katina Lillios avança com a hipótese das placas de xisto, elementos que apenas surgem em contextos funerários, cumprirem uma função heráldica em que as bandas decoradas veiculariam informação sobre a linhagem dos indivíduo comunicando, assim, ideias de pertença a um determinado grupo social.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">O tema pode ser aprofundado. O Complexo Arqueológico dos Perdigões forneceu, até ao momento, uma colecção interessante deste tipo de artefactos. Entre ausências e presenças, o conjunto artefactual terá que ser cuidadosamente analisado. Pensá-los à luz de conceitos ontológicos pode ajudar-nos a responder a algumas questões centrais e críticas para o seu entendimento.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">-<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O que torna um objecto um ídolo? A função? O contexto em que foram encontrados? As suas características intrínsecas? O seu contexto de utilização? A matéria-prima? </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">- O que representam? E são o que representam? Que significado e consequências cognitivas tem a representação para as populações que os criaram e manusearam? </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">- Que nos dizem estes elementos sobre a visão do mundo das populações neolíticas/calcolíticas? E sobre a sua visão do Ser? </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Esta nossa abordagem só agora começou. Integrar esta discussão neste grupo, aberto e transdisciplinar pode produzir um debate interessante e dar-nos as ferramentas para alargar o questionário relativo à ideia de ídolo na pré-história.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Referências bibliográficas: </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Bailey, D.W., 2005:”Prehistoric Figurines. Representation and Corporeality in the Neolithic”. Routledge Books.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Hurtado, V.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Ídolos, estilos y territorios de los primeros campesinos en el sur peninsular”, “Ojos que nunca se cierran. Ídolos en las primeras sociedades campesinas”, Museo Arqueológico Nacional, 2009</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Lillios, K. 2002: “ Some new views of the engraved slate plaques of southwest Iberia”. Revista Portuguesa de Arqueologia 5 (2): 135-151</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Lucy Evangelista</span></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-9833987212119637812011-03-06T19:32:00.002+00:002011-03-06T19:35:24.944+00:000010 - A contribuição da Psicologia Evolutiva<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Psicologia <verbetes w:st="on">Evolutiva</verbetes></span></b><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> – é <verbetes w:st="on">um</verbetes> <verbetes w:st="on">ramo</verbetes> da <verbetes w:st="on">Biologia</verbetes> <verbetes w:st="on">que</verbetes> <verbetes w:st="on">estuda</verbetes> o <verbetes w:st="on">comportamento</verbetes> <verbetes w:st="on">animal</verbetes> <verbetes w:st="on">sob</verbetes> uma <verbetes w:st="on">perspectiva</verbetes> biológica de <verbetes w:st="on">Adaptação</verbetes> e Selecção <verbetes w:st="on">Natural</verbetes>. É uma <verbetes w:st="on">disciplina</verbetes> <verbetes w:st="on">que</verbetes> nasce no <dm w:st="on">seguimento</dm> da “Sociobiology” e da “Behavioural Ecology”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Tem <verbetes w:st="on">como</verbetes> objecto de <verbetes w:st="on">estudo</verbetes> os <verbetes w:st="on"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">comportamentos</b></verbetes><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> e <verbetes w:st="on">predisposições</verbetes> <verbetes w:st="on">naturais</verbetes> <verbetes w:st="on">que</verbetes> <verbetes w:st="on">são</verbetes> <verbetes w:st="on">universais</verbetes> e <verbetes w:st="on">transversais</verbetes> ao <verbetes w:st="on">Homem</verbetes></b>. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><verbetes w:st="on"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Artigos</span></verbetes><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";"> <verbetes w:st="on">seminais</verbetes> <dm w:st="on">para</dm> o <verbetes w:st="on">surgimento</verbetes> da <verbetes w:st="on">disciplina</verbetes> foram, <verbetes w:st="on">entre</verbetes> <verbetes w:st="on">outros</verbetes>, o de Robert Trivers (1971), “The Evolution of Reciprocal Altruism”; o de Robin Dunbar (1992) “Neocortex size as a constraint on group size in primates”; e o de John Maynard Smith (1982) “Evolution and theory of <verbetes w:st="on">games</verbetes>”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Há <verbetes w:st="on">cinco</verbetes> <verbetes w:st="on">palavras</verbetes> de <verbetes w:st="on">ordem</verbetes> <verbetes w:st="on">que</verbetes>, a <verbetes w:st="on">meu</verbetes> <hm w:st="on">ver</hm> e <dm w:st="on">para</dm> <verbetes w:st="on">já</verbetes>, se adequam <dm w:st="on">para</dm> <hm w:st="on">orientar</hm> a <verbetes w:st="on">contribuição</verbetes> <verbetes w:st="on">que</verbetes> a <verbetes w:st="on">Psicologia</verbetes> <verbetes w:st="on">Evolutiva</verbetes> tem <dm w:st="on">para</dm> <hm w:st="on">trazer</hm> a <verbetes w:st="on">um</verbetes> <dm w:st="on">debate</dm> desta <verbetes w:st="on">natureza</verbetes>. Essas <verbetes w:st="on">são</verbetes>: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Socialidade</b>; <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Antropomorfização</b>; <verbetes w:st="on"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Cultura</b></verbetes>; <verbetes w:st="on"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Arbitrariedade</b></verbetes>; <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Grupo.</b></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Estudos da <verbetes w:st="on">área</verbetes> da Neurociência Cognitiva <verbetes w:st="on">Social</verbetes> trazem à <verbetes w:st="on">luz</verbetes> <verbetes w:st="on">evidência</verbetes> da antropomorfização <dm w:st="on">inconsciente</dm> <verbetes w:st="on">com</verbetes> <verbetes w:st="on">que</verbetes> os <verbetes w:st="on">primatas</verbetes> interpretam o <verbetes w:st="on">mundo</verbetes> e os <verbetes w:st="on">agentes</verbetes>/objectos <verbetes w:st="on">que</verbetes> os rodeiam. Evidências na interacção <verbetes w:st="on">social</verbetes> e na <verbetes w:st="on">elaboração</verbetes> de <verbetes w:st="on">processos</verbetes> neuronais <verbetes w:st="on">decisivos</verbetes> de <verbetes w:st="on">linguagem</verbetes> e acção apontam no <verbetes w:st="on">sentido</verbetes> de antropomorfização <verbetes w:st="on">constante</verbetes>. Esta antropomorfização resultará da <dm w:st="on">utilização</dm> de uma <verbetes w:st="on">aparelhagem</verbetes> cognitiva <verbetes w:st="on">social</verbetes> <verbetes w:st="on">extremamente</verbetes> <verbetes w:st="on">desenvolvida</verbetes>, <verbetes w:st="on">que</verbetes> estará na <verbetes w:st="on">origem</verbetes> da <verbetes w:st="on">maior</verbetes> <verbetes w:st="on">parte</verbetes> da <verbetes w:st="on">diferenciação</verbetes> cognitiva dos <verbetes w:st="on">humanos</verbetes> <dm w:st="on">para</dm> os <verbetes w:st="on">outros</verbetes> <verbetes w:st="on">primatas</verbetes> <verbetes w:st="on">mais</verbetes> <verbetes w:st="on">próximos</verbetes>.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A <verbetes w:st="on">separação</verbetes> <verbetes w:st="on">emocional</verbetes> do <dm w:st="on">observador</dm>/objecto e a consequente <verbetes w:st="on">degradação</verbetes> da <verbetes w:st="on">consideração</verbetes> <verbetes w:st="on">animista</verbetes> resultarão de <verbetes w:st="on">um</verbetes> <verbetes w:st="on">estabelecimento</verbetes> <dm w:st="on">arbitrário</dm> e cultural do <verbetes w:st="on">espírito</verbetes> <verbetes w:st="on">científico</verbetes> <verbetes w:st="on">que</verbetes> é <verbetes w:st="on">hoje</verbetes> <verbetes w:st="on">completamente</verbetes> absorvido <verbetes w:st="on">pela</verbetes> <verbetes w:st="on">cultura</verbetes> a uma <verbetes w:st="on">escala</verbetes> <verbetes w:st="on">global</verbetes>, <verbetes w:st="on">com</verbetes> <verbetes w:st="on">especial</verbetes> <verbetes w:st="on">ênfase</verbetes> no <verbetes w:st="on">Ocidente</verbetes>. <verbetes w:st="on">Só</verbetes> <verbetes w:st="on">s<verbetes w:st="on">em</verbetes></verbetes> os <verbetes w:st="on">códigos</verbetes> “bio-lógicos” <verbetes w:st="on">naturais</verbetes> de uma <verbetes w:st="on">linguagem</verbetes> <verbetes w:st="on">interpretativa</verbetes> o <verbetes w:st="on">Homem</verbetes> <verbetes w:st="on">deixa</verbetes> de “<hm w:st="on">sentir</hm>/<infinitivo w:st="on">experienciar</infinitivo>” e <verbetes w:st="on">passa</verbetes> a <hm w:st="on">racionalizar</hm> e a <infinitivo w:st="on">contabilizar</infinitivo> <verbetes w:st="on">em</verbetes> <verbetes w:st="on">exclusivo</verbetes>. A <dm w:st="on">discussão</dm> de David Abraam “O <dm w:st="on">Alfabeto</dm> e o <verbetes w:st="on">Animismo</verbetes>” (Abraam, 2007) <verbetes w:st="on">trata</verbetes> <verbetes w:st="on">este</verbetes> <verbetes w:st="on">tema</verbetes>.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Uma <verbetes w:st="on">ferramenta</verbetes> de <verbetes w:st="on">organização</verbetes> <verbetes w:st="on">importante</verbetes> do <verbetes w:st="on">Homem</verbetes> e de <verbetes w:st="on">outros</verbetes> <verbetes w:st="on">primatas</verbetes> na catalogação e <verbetes w:st="on">compreensão</verbetes> do <verbetes w:st="on">Mundo</verbetes> <verbetes w:st="on">em</verbetes> <verbetes w:st="on">que</verbetes> se movem é a <verbetes w:st="on">formação</verbetes> de <verbetes w:st="on">grupos</verbetes>. A dicotomização <verbetes w:st="on">imediata</verbetes> dos fenómenos <verbetes w:st="on">naturais</verbetes> é uma <dm w:st="on">predisposição</dm> <verbetes w:st="on">imediata</verbetes> e <dm w:st="on">universal</dm>, e muitas <verbetes w:st="on">vezes</verbetes> traduz-se no <verbetes w:st="on">estabelecimento</verbetes> de “in-group” e de “out-group. <verbetes w:st="on">Não</verbetes> há <verbetes w:st="on">razão</verbetes> nenhuma, <verbetes w:st="on">antes</verbetes> <dm w:st="on">pelo</dm> <verbetes w:st="on">contrário</verbetes>, <dm w:st="on">para</dm> <hm w:st="on">crer</hm> <verbetes w:st="on">que</verbetes> o <verbetes w:st="on">estabelecimento</verbetes> de <verbetes w:st="on">um</verbetes> “in-group” é <verbetes w:st="on">específico</verbetes>, <verbetes w:st="on">ou</verbetes> seja, <verbetes w:st="on">que</verbetes> incorpora <dm w:st="on">somente</dm> <verbetes w:st="on">animais</verbetes> de uma <verbetes w:st="on">mesma</verbetes> <verbetes w:st="on">espécie</verbetes>. E há <verbetes w:st="on">certamente</verbetes> <verbetes w:st="on">motivos</verbetes> <dm w:st="on">para</dm> <hm w:st="on">investigar</hm> a <verbetes w:st="on">ocorrência</verbetes> generalizada de <verbetes w:st="on">formação</verbetes> de <verbetes w:st="on">grupos</verbetes> multi-específicos, <verbetes w:st="on">principalmente</verbetes> numa <verbetes w:st="on">atmosfera</verbetes> de inter-especificidade <verbetes w:st="on">rica</verbetes> <verbetes w:st="on">como</verbetes> o <verbetes w:st="on">são</verbetes> as <verbetes w:st="on">comunidades</verbetes> Homo. É de <hm w:st="on">esperar</hm> <verbetes w:st="on">que</verbetes> a <dm w:st="on">inclusão</dm> de <verbetes w:st="on">animais</verbetes> não-humanos (e.g. <verbetes w:st="on">animais</verbetes> <verbetes w:st="on">domésticos</verbetes>) <verbetes w:st="on">em</verbetes> <verbetes w:st="on">grupos</verbetes> <verbetes w:st="on">por</verbetes> <verbetes w:st="on">parte</verbetes> de <verbetes w:st="on">agentes</verbetes> <verbetes w:st="on">humanos</verbetes> tenha <verbetes w:st="on">interferências</verbetes> <verbetes w:st="on">fortes</verbetes> no <verbetes w:st="on">estabelecimento</verbetes> de <verbetes w:st="on">relações</verbetes> <verbetes w:st="on">sociais</verbetes> (<verbetes w:st="on">não</verbetes> utilitárias) <verbetes w:st="on">com</verbetes> <verbetes w:st="on">esses</verbetes> <verbetes w:st="on">mesmos</verbetes> <verbetes w:st="on">animais</verbetes>.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A <verbetes w:st="on">contribuição</verbetes> da <verbetes w:st="on">Psicologia</verbetes> <verbetes w:st="on">Evolutiva</verbetes> <dm w:st="on">para</dm> <verbetes w:st="on">este</verbetes> <dm w:st="on">debate</dm> é <hm w:st="on">trazer</hm> uma <verbetes w:st="on">linha</verbetes> de <verbetes w:st="on">diálogo</verbetes> <verbetes w:st="on">entre</verbetes> <verbetes w:st="on">nós</verbetes> e as <verbetes w:st="on">comunidades</verbetes> pré-históricas no <verbetes w:st="on">sentido</verbetes> de <hm w:st="on">compreender</hm> as <verbetes w:st="on">limitações</verbetes> interpretativas/<verbetes w:st="on">sensoriais</verbetes>, tal <verbetes w:st="on">como</verbetes> as <verbetes w:st="on">predisposições</verbetes> cognitivas <verbetes w:st="on">que</verbetes> <verbetes w:st="on">são</verbetes> <verbetes w:st="on">comuns</verbetes> a <verbetes w:st="on">todos</verbetes> os <verbetes w:st="on">Humanos</verbetes>.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">António Castelo</span></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-48170573661936197772011-03-04T09:06:00.001+00:002011-03-04T09:06:45.115+00:000009 - IX International Ontology Congress<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMSHpHP7PEfAxaQBmsiqvlWzc2HB27o1TKuzISJ8BsUkpUubQ1m7PX1d4M4KJxQqOvekJe6thaHZhinKR0Ahfs8JsgGYyqlYWJxZB6hq_l1ijHG7J-E8LF2krWfLfj7nOyV-bihcvbi7c/s1600/Picture1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" l6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMSHpHP7PEfAxaQBmsiqvlWzc2HB27o1TKuzISJ8BsUkpUubQ1m7PX1d4M4KJxQqOvekJe6thaHZhinKR0Ahfs8JsgGYyqlYWJxZB6hq_l1ijHG7J-E8LF2krWfLfj7nOyV-bihcvbi7c/s320/Picture1.jpg" width="320" /></a></div><br />
Em <a href="http://www.ontologia.net/">http://www.ontologia.net/</a><br />
<br />
(Site sugerido por Miguel Lago)Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-23049251003728024482011-03-03T18:48:00.003+00:002011-03-03T18:53:24.336+00:000008 - Por uma Arqueologia da fragmentação<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A fragmentação é uma estratégia social ao serviço da comunicação e da gestão de relações. No caso concreto dos objectos, esta questão leva-nos a questionar o conceito de “unidade” ou, se quiserem, de “todo”. Se aceitarmos que o sentido faz parte da constituição do objecto social (a Arqueologia trabalha com objectos sociais e não simplesmente com objectos físicos), situações aparentemente paradoxais podem ocorrer:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">a)<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Uma metade pode, pelo significado que assume, ser de facto o todo (a unidade). É esse, por exemplo, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o princípio da hóstia, que, fragmentada, não deixa de representar o corpo de Cristo. Trata-se do processo psicológico de “participação” em que as essências do todo estão presentes na parte, pelo que a parte representa (ou é) o todo.</span></div><div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">b)<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Por outro lado, uma unidade (um todo) pode representar (ser) apenas uma parte. É o caso das alianças, que uma é apenas parte e o todo são as duas. A unidade é, aqui, apenas metade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Ou seja, a ontologia dos objectos é algo que temos que ter em consideração quando estudamos artefactos e contextos pré-históricos. A fragmentação pode ser intencional e traduzir sentidos. É importante despistar a interferência da tafonomia, mas, como dizia há dias, só vemos o que estamos preparados para ver: porque será que ocorrem tantas metades de objectos em contextos Pré-Históricos bem preservados? Porquê precisamente metades? Ou segmentos de corpos (humanos ou de animais)?</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">E, no entanto, dividir e distribuir, como forma de ligar e, paradoxalmente, unir , é algo que mantemos como estratégia nos complexos sistemas das nossas relações sociais. A partilha une, e nisto a fragmentação joga um papel central. </span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">A fragmentação do objecto, do corpo, da comunidade. São níveis de uma prática que me parece central para o entendimento das comunidades pré-históricas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Em português:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; tab-stops: 36.0pt 72.0pt 108.0pt 144.0pt 180.0pt 216.0pt 252.0pt 288.0pt 324.0pt 360.0pt 396.0pt 432.0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">VALERA, António Carlos (2010), "Marfim no recinto calcolítico dos Perdigões (1): "Lúnukas, fragmentação e ontologia dos artefactos", Apontamentos de Arqueologia e Património, 5, Lisboa, NIA-ERA Arqueologia, p. 31-42.</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"> (link disponível na pagina de Publicações de Membros)</span><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: Calibri;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif";">Em inglês:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">CHAPMAN, J. (2000), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Fragmentation in Archaeology: people, places and broken objects in the Prehistory of South-Eastern Europe, </i>London, Routledge.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Arial", "sans-serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">CHAPMAN, J. e GAYDARSKA, G. (2007), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Parts and wholes: fragmentation in prehistoric context</i>, Oxbow Books.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial;">António Carlos Valera</span></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-8369862376960897662011-03-03T09:01:00.004+00:002011-03-03T09:21:38.813+00:000007 - Meeting Stars and Stones<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Voyages in Archaeoastronomy and Cultural Astronomy - A meeting of different worlds </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">September 19 - 23, 2011, Évora (Portugal) </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">An International Conference on Archaeoastronomy and Ethnoastronomyhttp://www.ciuhct.com/seac2011</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Under the Patronage of the http://www.archeoastronomy.org</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Since Prehistory that the sky was always been integrated as part of the cosmovision of human societies. The sky played a fundamental role not only in the space orientation, in the time organization, in the ritual practices or in the celestial divination but also as an element of power. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Migrations and voyages are intrinsic to the humankind, they opened the routes for cultural diffusion and trade, but also for power dominance. Following their routes is also to follow their cultural diversity and how they met or clashed. The sky and astronomical phenomena provided the tools for time reckoning, calendar organization and celestial navigation that supported those voyages. Astronomy gives us today the capacity to reproduce the sky, opening a window through which we can glimpse how those societies perceived, integrated and manipulated the sky into their world views and their myths, and, ultimately, into their society organization.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A voyage is always a meeting of different worlds and a process to accept diversity. We wish that this Conference will be also a meeting of different worlds in the invited lectures, in the public lectures, in the LOC/SOC and in the audience.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">The main conference topics are: </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">• Techniques of celestial navigation and orientation of the past. Astronomical navigation and nautical instruments in XIV, XV and XVI centuries.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">• Expressions of astronomical knowledge in architecture and monuments, rock art, archaeology and landscape. People migration, a meeting between different cultures</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">• History of astronomy. A meeting between different conceptions</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">• Astronomy and the Jesuits. A meeting between different worlds</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">• Astronomy in antiquity. A meeting between different knowledges </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">• Ethno-astronomy, Cultural Astronomy and myths, voyages in space and in time through different cultures.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">• To where is Archaeoastronomy voyaging? A round table about Archaeoastronomy, Cultural Astronomy and Education</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Call for papers is officially opened!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">For further informations please check our home page at: </span><a href="http://www.ciuhct.com/seac2011"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">http://www.ciuhct.com/seac2011</span></a><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">(Informação enviada por Fábio Silva)</span></div></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-48706172138545107172011-03-02T23:03:00.003+00:002011-03-03T09:30:31.338+00:000006 - Placing Animals in the Neolithic Social Zooarchaeology of Prehistoric Farming Communities<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBZs-O07Wrriy6gqIMyBOUO92Dv1L1y5G4YpSNYu7OJYX6dZSko6Z8puTFtI1KoB1IoRhZfyGJwymRmIvOSjzvD9sIpgQOhgHKUbpHoaZ-lONsI6LWzyE_KHqgf6g9zq_07coXtwefvig/s1600/41CHERH7WTL__SS500_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" l6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBZs-O07Wrriy6gqIMyBOUO92Dv1L1y5G4YpSNYu7OJYX6dZSko6Z8puTFtI1KoB1IoRhZfyGJwymRmIvOSjzvD9sIpgQOhgHKUbpHoaZ-lONsI6LWzyE_KHqgf6g9zq_07coXtwefvig/s320/41CHERH7WTL__SS500_.jpg" width="207" /></a></div><div align="left" class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"></div><div style="line-height: 115%; margin-right: 7.5pt;"><span lang="EN-GB" style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-GB;">This book presents a new perspective on the social milieu of the Early and Middle Neolithic in Central Europe as viewed through relations between humans and animals, food acquisition and consumption, as well as refuse disposal practices. </span></div><div style="line-height: 115%; margin-right: 7.5pt;"><br />
</div><div style="line-height: 115%; margin-right: 7.5pt;"><span lang="EN-GB" style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-GB;">Based on animal bone assemblages from a wide range of sites from a period of over 2,000 years originating in both the North European Plain lowlands and the loess uplands, the evidence explored in the book represents the Linear Band Pottery Culture (LBK), the Lengyel Culture, and the Funnel Beaker Culture (TRB) allowing us to follow the dynamic development of early farmers from their emergence in the area north of the Carpathians up to their consolidation and stabilization in this new territory. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin: 0cm 0cm 12pt;"><i><span lang="EN-GB" style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%;">This title is sponsored by <placetype w:st="on"><b>Institute</b></placetype><b> of <placename w:st="on">Archaeology</placename>, <placetype w:st="on">University</placetype> <placetype w:st="on">College</placetype> <place w:st="on"><city w:st="on">London</city></place></b>. </span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin: 0cm 0cm 12pt;"><span lang="EN-GB" style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%;">"… the book is about ‘interpretive social zooarchaeology’, focusing on Central European early farming (Neolithic) communities. Marciniak adopts a taphonomic approach, as do a growing number of zooarchaeologists today, and looks at the ‘horizontal distribution of faunal remains’ — the latter being something which is undertaken less often than it is when considering other archaeological material such as stone tools. As such it is not a new approach, but it is a new attempt to combine approaches which are frequently considered separately…there is one thing which cannot be denied: it amply illustrates the complexity of the faunal record — a complexity which is often overlooked when dealing with the post- Pleistocene record. It shows that social as well as economic reconstruction may be possible, that faunal data can record something more than the environment and what was eaten. " </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><span lang="EN-GB" style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%;">- Katie Boyle, Environmental Archaeology </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin: 0cm 0cm 12pt;"><span lang="EN-GB" style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%;"><br />
"[This is] a bold and refreshing attempt by Arkadiusz Marciniak to re-energize and broaden studies of animals in the early and middle Neolithic of central Europe. I see much still to do as we try to come to grips with all aspects of keeping, managing, eating and thinking animals in the early to middle Neolithic, but this book is a significant contribution to that process. " </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><span lang="EN-GB" style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%;">- Alasdair Whittle, <place w:st="on"><placename w:st="on">Cardiff</placename> <placetype w:st="on">School</placetype></place> of History and Archaeology </span></div><div style="line-height: 115%; margin: 0cm 7.5pt 0pt 0cm;"><span style="font-family: "Arial", "sans-serif"; line-height: 115%;"><a href="http://www.lcoastpress.com/book.php?id=62">Fonte</a> </span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial;">Cláudia Costa</span></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-51210134041904721492011-03-02T09:19:00.002+00:002011-03-02T09:21:14.412+00:000005 - Links para textos online<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">No menu do blog, foi criada uma nova página destinada à colocação de ligações a textos disponíveis gratuitamente online, da autoria de membros do CEOPH, e que versam sobre temáticas que se enquadram nos objectivos do grupo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Cada membro poderá enviar até um máximo de cinco referências que considere mais adequadas para divulgação e debate neste espaço, acompanhadas dos respectivos links e três palavras chave. Estas referências poderão ser substituídas por outras, sempre que cada membro desejar renovar as suas contribuições.</span></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-38310380649230845832011-03-01T00:20:00.001+00:002011-03-01T13:13:14.684+00:000004 - O contributo da Zooarqueologia<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-ansi-language: PT;">A Zooarqueologia é entendida como a disciplina que estuda dos restos de animais provenientes dos sítios arqueológicos numa perspectiva antropológica sendo o seu principal objectivo a compreensão do comportamento humano na sua relação com o meio ambiente envolvente, distinguindo-se da Arqueozoologia que se debruça sobre a perspectiva biológica da evolução das espécies animais sob influência do comportamento humano. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Surge na primeira metade do século XX, mas é na década de 60, com a implantação da designada Nova Arqueologia, que se afirma, nomeadamente com o desenvolvimento de uma metodologia própria, assumindo inclusivamente uma enorme importância como estudo actualístico. Com o desenvolvimento das correntes pós-processualistas assume um novo objectivo: a compreensão da dimensão social e cultural da relação do Homem com o outro animal.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Beneficia largamente da introdução do conceito de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">contexto</i> na Arqueologia, primeiro com o desenvolvimento da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Middle Range Theory</i> por Lewis Binford e Michael Schiffer e mais tarde com a designada <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Arqueologia Contextual</i> de Ian Hodder que eleva o conceito ao “contexto de uso” através da aplicação da hermenêutica.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Na actualidade, no espaço europeu, o desenvolvimento de estudos arqueofaunísticos de contextos históricos, permitiu a criação de interfaces entre os estudos das faunas e outras áreas do saber, como a História, a Etnografia e a Antropologia que rapidamente tiveram eco na produção científica sobre épocas pré-históricas. Assiste-se, assim, a um abandono progressivo da perspectiva estritamente economicista e funcionalista na interpretação das associações faunísticas para se começarem a abrir novos caminhos na interpretação dos restos faunísticos em que os restos são entendidos como reflexo de organizações politicas, sistemas de crenças, estatuto social e construção de identidades.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-ansi-language: PT;">A introdução da Zooarqueologia na plataforma de interdisciplinaridade que pretende ser o CEOPH tem todo o sentido e surge como consequência desta evolução epistemológica, principalmente no que diz respeito à questão da relação Homem/Animal. Esta participação tem um objectivo muito claro, a promoção do debate sobre a interpretação das associações faunísticas em contextos arqueológicos à luz da contextualização de novas linhas de investigação que poderão estender-se da Antropologia à Psicologia Social ou Arqueologia Cognitiva. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-ansi-language: PT;">Cláudia Costa</span></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-38284601286015755312011-02-28T22:50:00.002+00:002011-03-01T13:12:51.408+00:000003 - Astronomia e monumentalidade no Neolítico<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">A minha investigação tem-se centrado na interacção entre ontologia e cosmologia, nomeadamente em duas vertentes:</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">1) uma etnográfica, focada no estudo de em que medida sociedades pré-literárias se vêm a elas mesmas, aos outros, à flora e fauna, assim como ao espaço e ao tempo e relacionam todos estes com a abóbada celeste.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">2) outra arqueológica, focada na análise de orientações de monumentos do Mesolítico, Neolítico e Calcolítico, estudando a possibilidade de estes conterem alinhamentos com eventos astronómicos que estariam embutidos de significado para os seus construtores que, poderiam até, sincronizar rituais nos ditos monumentos com estes eventos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">O estudo da astronomia pré-histórica, mais comummente conhecida como arqueoastronomia, não é novo. No entanto a maior parte dos estudos tende a limitar-se a encontrar os tais alinhamentos, sem no entanto, haver um esforço para integrar tais dados com os arqueológicos e os antropológicos no sentido de se compreenderem os monumentos, assim como a ontologia que os gerou, como um todo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Os trabalhos que tenho realizado, em dólmens entre o Douro e o Mondego, mostraram que, ao contrário de interpretações anteriores, os corredores e aberturas destes se encontram alinhados com o nascer da Lua Cheia em alguns pontos chave do ano, nomeadamente nos equinócios e nos solstícios. Isto demonstra um conhecimento das posições e dos movimentos, mensais e anuais, de ambos os astros, assim como, se aceitarmos uma sincronização de possíveis rituais com os eventos astronómicos, a execução de rituais ao fim do dia, durante o nascer da Lua Cheia, e o ocaso do Sol. Já no Alentejo se tinham encontrado alinhamentos com as Luas Cheias Equinociais, e parece que, um pouco por toda a Europa, isso se começa a ver.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Estas conclusões embatem também contra a definição tradicional de megalitismo (como referido num post anterior pelo António Carlos Valera) não só Português mas Europeu, urgindo que a mesma seja revista de modo a incluir e/ou explicar a componente astronómica dos mesmos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Outra conclusão, inesperada, deste estudo foi a clara distinção, em termos de alinhamentos astronómicos, dos dolmens que se encontram nas bacias do Vouga, Paiva, Torto e Coa, e as do Mondego, distinção esta que já era suspeitada por alguns arqueólogos com base em diminutas diferenças arquitectónicas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">É através destes e de outros estudos que espero poder contribuir salutarmente para as discussões e outras actividades deste Círculo de Estudos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Um abraço a todos,</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Fabio Silva</span></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-22874685078613605682011-02-28T21:17:00.002+00:002011-03-01T13:12:19.232+00:000002 - Estatuto do corpo e práticas funerárias neo-calcolíticas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn-VwJ0turg6Yibxgvj1xZjyOhcTaQo-cGlovX6fqDyywzFdgDIzTmGAQjL01DaBrV4xuUgcehGnwSD759FX5-6OnPELD-x1G44dhZwxDhE8fL92VZNmYfmwFXNDODgvxxTAu54mm7990/s1600/1173_232a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" l6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn-VwJ0turg6Yibxgvj1xZjyOhcTaQo-cGlovX6fqDyywzFdgDIzTmGAQjL01DaBrV4xuUgcehGnwSD759FX5-6OnPELD-x1G44dhZwxDhE8fL92VZNmYfmwFXNDODgvxxTAu54mm7990/s320/1173_232a.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Pé em conexão anatómica ao centro do pequeno átrio do Sepulcro 2 dos Perdigões, na fase inical de deposições.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Tenho dirigido a minha investigação dos últimos anos para os recintos de fossos Neolíticos e Calcolíticos, contextos que, como tenho vindo a sublinhar, estão intimamente relacionados, entre outras coisas, com a gestão da morte humana. As evidências são cada vez em maior número e mais diversificadas. Em sítios como os Perdigões, temos sepulcros megalíticos com deposições secundárias ou deposições de partes do corpo (um pé, no caso concreto); temos deposições em fossa, com manipulações dos corpos e subtracção de partes ou deposições de partes de corpos; temos deposições de ossos dispersos em fossos; temos evidências de incineração (ver discussão <a href="http://www.nia-era.org/component/option,com_docman/task,doc_download/gid,96/Itemid,55/">aqui</a>). E tenho suspeitas que estas diferenças não correspondem apenas a alterações diacrónicas de práticas funerárias. Estou convencido (leia-se, tenho um questionário), por dados recentes portugueses e mais antigos europeus, que algumas destas práticas estão articuladas entre si e que o tratamento do corpo é muito complexo e passará, em várias situações, por diferentes procedimentos e espaços. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">A própria noção de espaço funerário tem que se alargar e ser revista, ou como diria Whittle, como distinguimos “a site with burials from a burial site?”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Esta questão, a da noção de necrópole espacialmente separada e agregada a grandes povoados, foi recentemente questionada num texto interessante e disponível online <a href="http://tp.revistas.csic.es/index.php/tp/article/view/185/185">aqui</a>.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">A imagem tradicional de um megalitismo ortostático como expressão, por excelência, das práticas funerárias Neolíticas e Calcolíticas no Sul de Portugal (Sul da Ibéria, diria), está a revelar-se como mais uma construção a necessitar de revisão.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Frutiger LT 57 Cn;">Mas uma das coisas mais interessantes que os novos dados parecem trazer é o aspecto relacionado com a manipulação do corpo, que introduzem no meu pensamento algumas questões que me parecem centrais: teriam estas comunidades uma visão unitária do seu corpo, ou as partes de um mesmo corpo poderiam ter estatutos distintos, que se reflectissem no tratamento pós morte? Poderemos desenvolver no âmbito do tratamento dos corpos humanos (e dos animais também) a mesma abordagem teórica que tem sido desenvolvida para o problema da fragmentação de materiais e do papel estruturante que essa prática desempenha nas relações sociais destas comunidades? Passará por aqui o entendimento dos contextos “estranhos” que têm aparecido e que a tafonomia não explica convincentemente? Enfim, poderemos entender as práticas rituais funerárias sem questionar o carácter ontológico do corpo humano como unidade? A informação arqueológica recente vem sugerindo que dificilmente.</span></div><br />
António Carlos ValeraGrupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6952107111284740273.post-89581815453554052362011-02-25T23:49:00.011+00:002011-03-03T09:33:29.544+00:000001 - Declaração de intenções<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT;">O CEOPH tem por objectivo promover e desenvolver práticas de investigação, debate, ensino e divulgação de sistemas ontológicos de comunidades da Pré-História da Península Ibérica e a sua contextualização e comparação a diferentes escalas espaciais e temporais.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Calibri;">A consciência de que a acção humana e os seus resultados não podem ser abordados sem tomar em conta a racionalidade e as visões do mundo dos agentes, obriga a uma valorização das vertentes da percepção, mentalidade, ideologia e cosmologia, no desenvolvimento de uma Arqueologia interpretativa que procura evitar (na medida das nossas contingências) um certo reducionismo e presentismo incontrolado que têm caracterizado as muitas abordagens ao passado pré-histórico.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Calibri;">Neste contexto, uma das questões fundamentais é a das ontologias, na medida em que a acção humana está intimamente dependente do estatuto ontológico que o Homem atribui a si próprio e aos elementos que o rodeiam: a</span><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;"> ideia que faz de si próprio e do mundo interfere profundamente na sua acção e na forma como interage com o meio. E essa ideia não foi sempre a mesma, o que obriga a contemplar diferentes sistemas ontológicos e as suas dinâmicas de transformação.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;">Nos últimos anos, alguns passos têm sido dados neste âmbito relativamente às comunidades pré-históricas peninsulares, sendo, talvez sem surpresa, na arte que a consideração das implicações ontológicas e cognitivas mais se tem feito sentir. Ainda assim, estas temáticas começam a constituir-se como linhas de pesquisa na investigação, de que são exemplo algumas abordagens à problemática dos recintos de fossos e deposições estruturadas, à questão da relação Homem / Animal ou ao problema da fragmentação de objectos ou corpos, como expressão de estatutos ontológicos que modelam as relações sociais e a comunicação.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;">Acredita-se, pois, que este é um momento adequado para surgir um grupo, aberto e transdisciplinar, orientado para a dinamização desta temática na Península Ibérica e para a promoção do seu debate, ensino e divulgação.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT;">Áreas temáticas:</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Ontologia das espécies animais e as relações Homem / Animal</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Ontologias dos elementos naturais</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Ontologias dos elementos artefactuais</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Ontologias humanas</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Ontologia e Cosmologia</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT;">Vertentes de abordagem:</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Desenvolvimento teórico</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Estudos de cultura material</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Estudos de contextos e arquitecturas</span><br />
<span style="font-family: Arial Narrow;">Estudos de antropologia funerária</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Estudos de organização e construção espacial: arquitecturas, caminhos, sítios, paisagens</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Estudos de restos faunísticos</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Estudos de arte</span><br />
<span style="font-family: Arial Narrow;">Estudos de Etnoarqueologia</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Estudos de arqueologia cognitiva</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT;">Tipo de actividades passíveis de serem desenvolvidas:</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Organização de workshops</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Organização de palestras</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Promoção e desenvolvimento de colaborações com instituições de ensino, formação e investigação</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Promoção e desenvolvimento de contactos e parcerias internacionais</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Promoção de projectos</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Constituição de uma biblioteca on-line para membros</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Organização de visitas de estudo para membros</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Disponibilização de informação</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Manutenção de sítio na internet</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 6pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow", "sans-serif"; mso-ansi-language: PT;">Edições on-line.</span><br />
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<span style="font-family: Arial Narrow;"><a href="mailto:ceoph2011@gmail.com">Quero ser membro</a> / <a href="http://ceoph.blogspot.com/">Voltar à Página Inicial</a></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"></div>Grupo de Dinamizaçãohttp://www.blogger.com/profile/12365751608935672012noreply@blogger.com0